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A mostrar mensagens de outubro, 2007

Não sei..

Não sei.. Não sei da noite nestes dias, não sei da luz apagada que vias, do que mereço, não sei lembrar-me do que não me esqueço, não sei da fogueira de verão onde me aqueço, não sei da alma perdida quando me encontra, não sei navegar curioso nesta onda, não sei mentir ocultando a verdade do que há-de vir, não sei chorar quando tento sorrir, não sei alvejar o oculto do mero sentir, apenas caminho, não sei voar sobre as asas do destino, não sei dançar quando desafino, não sei viver quando adormeço, não sei das notas desafinadas que não mereço, não sei da partitura que não me esqueço, venço não sabendo, querendo alcançar o que não me alcança, vivendo e em suaves harpejos apelar para que vença, não sei da noite, nem da crença, não sei do dia, não sei de nada e do que tinha a certeza que não me esquecia, não sei cortar a recta, não sei se acordar assim me afecta, não sei olhar quando fecho os olhos, desconfiado, faço por sonhar num salto viciado, não sei adormecer em suaves notas do mais

Navega no meu rio..

Nestes ventos, arredondadas distâncias em suaves momentos, macios, num lado mares no outro rios repletos de plenitude, virtude que se esconde em carícia, malícia bondosa e suave, num lado a nota aguda no outro a grave compõem a harmonia, fã enorme em melodia, assim te via noite e dia, meus dois encantos que complementam um ser, ternuras, não deixo de as ver, tocar, deus criou o mundo para eu as encontrar e agora.. agora o destino pinta com doces pinceladas as curvas do teu rosto, teus falados encantos, quadros transparentes em mantos brancos, não é só suavidade ou toque macio, é o barco que vaidosamente navega no meu rio..

Mar que corre..

Não penso, virei um pensador vadio no consciente do tempo, deixo a ternura correr, o vento marcar o caminho sem querer saber, apenas confio, faço por ser apenas um espectador nas próprias palavras que crio, ternas, ondas eternas por onde navego sereno, barco que embora pequeno não me deixará naufragar, a nova melodia na pauta deste mar, o maestro navegante, distante do que um dia foi tempestade, um novo conceito de saudade, admiro, és um novo ar que sufocado respiro e acordo assim, sem sequer adormecer.. Virei o acorde solto desta canção, tu melodia vadia que encanta a estação e as palavras, as palavras são as cinco linhas da partitura, a primeira a semelhança, a ultima a ternura, no meio a distância, em nota pura e as que sobram.. os momentos decidem o acorde ou a cura.. Como a noite calma, macia, que correu breve a caminho do dia, um gesto, uma carícia e palavras que deram cor à poesia.. Navego suavemente na melodia que o vento cria, nostalgia logo ao quarto dia, quem diria.. na

Eu.. não sou só eu..

Poema de dor rasgado, sonho e danço à medida que avanço, curado, num misto de samba e fado, ritmo batido num poema falado, gestos vadios, desvios permanentes, diferentes navios em mar calmo, sereno, convés de virtude palmo a palmo, noite navegante em onda triunfante, dia distante tão perto do que sei, sensação que levei e trago na rua do destino, no fino inquebrável rosto que sorri, que vê não só isso mas muito mais em ti, em tudo, quase perco as palavras num poema mudo em acordes melódicos, tons tónicos, fortes, fascinantes, cortes de sabor, longe de distantes, como que se o vento soubesse criar amor, sentimento, acordo num bocejar solto ao relento, não entendo o tempo, apenas isto, apenas tudo, apenas nada, apenas.. O vento sopra forte de norte, na minha direcção, mas não me afasta, harmoniza-se na canção, na melodia do meu dia, na balada, suavemente criada, quem diria, hoje nasce o sol na noite que não queria! Será que só agora se criou o sonho real no que faço, ou são apenas os g

Gestos de nostalgia..

Amanhece, sinto um tom terno, pelos vistos eterno, sinto um ar calmo, sereno, que alimenta a nostalgia, um toque suave de versos de um dia, versos que nunca ousei escrever, toques em fascínio que nunca tentei entender, apenas deixei fluir, abri a estrada dos sorrisos, do sentir, dos avisos do coração, harmonia, uma brisa tão intensa mesmo fora da estação, o olhar que te via quando me olhavas, parecia profundo, um outro mundo, uma prosa sem palavras mas tão intensa, hoje a minha alma sorri quando pensa.. Solto agora versos puros como se fosse um poeta, um jardim perdido no encanto de cada pétala, de cada flor, o escuro nocturno transformado noutra cor, mais suave, mais.. um sonho colorido de prosas por tornar reais, palavras por dizer, gestos rasgados em sentimento, versos que se soltam em carinho ao vento mas que voltam, noutro tom, noutra melodia, quem diria que um dia adormecia tão perto de sonhar mas que só encontrava o sonho ao acordar.. Sinto-te tão perto mas sei que navego tã

Onda das marés..

Mais que uma onda das marés, de água pura, nua navegando a teus pés, num silêncio.. tão puro.. raio de luz em tempo escuro, num gesto, num carinho, um traçar de um caminho onde nasce a vitória, relógio magoado do destino que passa hora após hora, quantas mais voltas menos chora. Que vida tem a vida quando não vivida, que valor tem a dor já não sentida ou que sentimento é aquele que deixa até a nossa alma esquecida?! Um sentimento é um sentimento, o vento guarda, a chuva sopra ao relento, o coração controla a ilusão que desliza longe da solidão e desalento. Acordei, mais uma vez, o sim de um dia agora já nem chega a um talvez, o não cravou-se na ideia, nos porquês, o silêncio cortou a veia da saudade, nada aconteceu, não doeu, não senti, não.. sempre não, apenas os acordes se juntaram à canção e a melodia.. a melodia agora toca sem composição, vagos improvisos disfarçados em vão, acordes soltos, orquestra de maestro surdo sem pauta nem diapasão. Coragem, o tempo molha enquanto a chuva

Mesmo que o tempo passe para lá da estação..

Bate o tempo, corre o espaço, não lamento nem o faço, não procuro nem o sinto, não recordo porque minto, não.. sou o gesto mais forte da negação, o triunfar das derrotas da solidão, o silêncio terno de quem vagueia, fonte de angustias e ideias, o canto desafinado das sereias, o prazer do tempo que já não foi, do pensamento no momento que já nem dói.. Sou censura, sou o cavalo desfocado na pintura, a palavra meio apagada da gravura, a parede inultrapassável em pedra dura, a alma que a natureza já não fura, o corpo fascinado que a saudade simplesmente já não atura. Sou isto, sou muito mais, nostalgia em prosas reais, gémeos de vida falsos mas iguais, natureza, a onda que transpira beleza sem razão, acorde, melodia sem canção, chuva seca no verão, partitura rasgada?! Já não.. o tempo perdeu-se para lá da estação.. Tempo, tempo, falo do tempo que vai passando, hoje foi sorrindo, ontem chorando, amanhã falo, depois já canto, num dia perco a beleza na outra ganho o encanto.. mas o tempo, n