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A mostrar mensagens de agosto, 2007

Sem receio, sozinho..

1º Acto: Tão meiga a aragem que preparava a viagem, tão gentil a sensação vagueando na margem, tão terno o abraço que embarcava o inverno, parecia eterno de tão suave, de tão belo, um passeio pelo jardim no mais belo castelo, colhendo a flor que ao desabrochar em mim me revelo, sorrindo, não querendo ficar, partindo, de mãos dadas com o sonho e com a vida, jamais esquecida, sarando à partida uma futura ferida, de acto em acto confusamente sentida, ténue, cada vez mais ténue.. 2º Acto: Escureceu e de olhos fechados para a vida tanto me doeu, vagueio no tempo, sozinho, longe de tudo e de nada, do pensamento, do sol e da geada, da primavera que já nem espera, das ondas que navegam em sentido contrário, das palavras que me consomem bocado a bocado, dos sonhos que não se escondem, perdem-se nos acordes distorcidos do mais belo fado, nas cordas partidas do instrumento desafinado, vazio, não sinto nada, sinto o frio, não sinto nada, só sinto quando ansiosamente fecho os olhos e me minto,

Sinceramente, dói!

Acordei.. acordei de uma noite em branco num manto de palavras soltas, tanto para escrever, tanto para dizer num rasgar de ideias envoltas.. limita-me o que escrevo, os versos que devo, que entrego à minha prosa, de cravo a rosa, de lírio a nada, de nada a ideia, de ideia a versos, submersos por definições esquecidas, rigorosamente perdidas tão perto do adeus.. Eu sei que sou só isto, uma ilusão enquadrada outrora perto do abismo, uma atitude, uma desilusão de ideias em virtude do que nunca acreditei, ilusão de consciência que inutilmente alimentei, o rasgar absurdo de versos que me magoam, mas que de todos os acordes tristes que entoam me cura num caminhar triunfante do sonho apagado ao passado em noite escura, nua, iluminada pela.. pela saudade.. Não percebo, porque escrevo afinal?! Será forma de me entender num comportamento desigual, será forma de me esquecer por ideias que não param de doer ou será apenas?! Não percebo, talvez seja mesmo apenas!! Escrevo porque escrevo, escrev