Sem receio, sozinho..

1º Acto:
Tão meiga a aragem que preparava a viagem, tão gentil a sensação vagueando na margem, tão terno o abraço que embarcava o inverno, parecia eterno de tão suave, de tão belo, um passeio pelo jardim no mais belo castelo, colhendo a flor que ao desabrochar em mim me revelo, sorrindo, não querendo ficar, partindo, de mãos dadas com o sonho e com a vida, jamais esquecida, sarando à partida uma futura ferida, de acto em acto confusamente sentida, ténue, cada vez mais ténue..

2º Acto:
Escureceu e de olhos fechados para a vida tanto me doeu, vagueio no tempo, sozinho, longe de tudo e de nada, do pensamento, do sol e da geada, da primavera que já nem espera, das ondas que navegam em sentido contrário, das palavras que me consomem bocado a bocado, dos sonhos que não se escondem, perdem-se nos acordes distorcidos do mais belo fado, nas cordas partidas do instrumento desafinado, vazio, não sinto nada, sinto o frio, não sinto nada, só sinto quando ansiosamente fecho os olhos e me minto, finto o destino com golpes desconfiados, confusos.. tão confusos que quase caminhei, quase fugi da ilusão, da noite para o dia, mas por lá fiquei tentando acrescentar acordes dissonantes à mais bela melodia..

3ºActo:
Não parti mas voei, senti e amei, tentei fechar os olhos e por ali fiquei, entreguei-me ao passado que sempre sonhei, ao encanto que dali me vem, ao futuro que distante me afasta, desapontante, gesto a gesto, a confirmação do sim abraçado ao não, da saudade vivida em vão, das palavras declaradas como que sem razão, o fim do principio, o sentimento que acredito mas que me entrega ao fictício, o desperdício das mais belas prosas, jardim sem rosas, sem encanto, sem nada por onde eu possa colher e por mais que regue sei que isso jamais irá acontecer, perdi, falhei, mas ao menos sei, lutei..

4º Acto:
Oiço a voz que me guia no fundo, a maré encaminha-me para longe do meu mundo, mas chega de lamúrias, é de ar puro que a alma se alimenta, que a mente se sustenta, porquê chorar quando no fundo sempre soube que mais não poderia dar, eu sou só isto, um sentimento invulgar, uma simplicidade que a natureza não teve dificuldades em criar, sou alegria, eu sei o que sou, escondi-me mas agora aqui estou, o renascer absurdo da força que sempre me definiu, da luta desencorajada que não me deixou perder no vazio, porque eu sou luta, sou palavras de incentivo por todo o meu caminho, luto por mim, sem receio, sozinho..

Comentários

Anónimo disse…
Mirthinhooo, todos sabemos que tu és isso tudo, força, alegria, simpatia, mas a natureza teve dificuldade em criar-te sim sim, nunca mais criou ninguem igual.

Muitos beijinhos para o poeta mais querido:-P
Anónimo disse…
Avô!!! td bene?

ora vejamos... eu diria k gosto + dos 2 ultimos, da sequencia k são. :)
O 2º é bonito, mas é dentro d estilo k escreves ha algum tempo... assim sendo, sobra ainda o 1º acto, cuja construção axei deliciosa, por inúmeras características...

;) e pronto, n sou crítica literária nem pco + ou -, mas fui sincera e gostei verdadeirament!!! Tu escreves super em vários estilos, tou a ver! hehehe

bjs da neta***
Anónimo disse…
e eu em que acto me incluo? :))))
Anónimo disse…
Tu devias era escrever um livro, esse teu estilo é incrivel, a maneira como escreves quase sufoca de emoção.

Eu gosto mais do 4º acto, esse és tu, é o Paulinho que eu conheço

Beixokassssssss
Sarita disse…
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Sarita disse…
Queria que olhasses para mim

Que soubesses o que digo

Que entendesses a minha alma

Que eu fosse mais do que amigo.



Gostava que me ouvisses

Que me mostrasses a tua alma

Que me dissesses que eu sou a tua vida

Onde a minha vida não é vivalma.

Pedia-te para me amares

Onde o amor não é ouro

Onde o amor não tem preço

Onde te vejo de cabelo louro.



Ouvia-te chegar além

E gritavas só por mim

Ficava desesperado e

Nem te ouvia dizer um sim


Ficaste ali, simplesmente

A olhar

Olhos vidrados de nenhuma gente

A olhar.

Fiquei triste e, de repente, só

Não gostava de experimentar este sabor

Um sabor doentio, de desespero

Um sabor amargo, de dor.



Foi que o vi

Como uma alma com asas

Como um espírito que acalma

A vida mais inocente.



Ela veio, tu foste

Só não queria acreditar

Que te tinhas ido embora

Sem eu sequer um beijo te dar.


espero ki o paulinho goste adowo
Sarita disse…
O q será o amor
Se não um mar de rosas
Ou talvez um mar de espinhos
O q será o amor
Se não uma entrega total
Ou talvez uma pequena entrega
O q será o amor
Se não o ar q se respira
O q será o amor
Se não a liberdade
Ou talvez uma eterna prisão
O q será o amor
Se não o céu tão celestial
Ou talvez um macabro inferno
O q será o amor
Se não a vida
Ou talvez a morte
O q será o amor
Se não aquilo q sinto por ti


espero ki goste paulinho
adowo
Sarita disse…
Ando a sonhar um futuro q jamais virá
No rio, onde as saudades choram e espantam
Gentes amarguradas, decepcionadas…
Q no rosto se mostrará entre a dor e a voz q cantam
Luz do meu sol, sombra do meu destino
Inventar esse amor q nunca se alcança!
Navegar na mágoa, encontrar um caminho
Ando a sentir um passado sem esperança…
Sarita disse…
***entre o passado e o presente***
Nesse teu olhar tão lindo
Vejo um grande brilho
Tanta alegria, tanta fantasia
Tento imaginar o q estás pensando!
Ou será que estás sonhando?
Essa pergunta não sei responder
Talvez um dia te saiba entender
Talvez um dia venha a saber
Em nome da esperança
Me trouxeste algum dia na lembrança
Já nada disso importa
Esse sonho já partiu
Não resta já nem uma esperança remota.
A ti meu coração já repeliu
Encontrei um ser magnífico
Q foi até ao mar longínquo
Para poder entrar no meu coração
E deixa-me louca de paixão
Esse ser fez-me ver
O q é amar e amada ser.

adowo
Anónimo disse…
lindo adorei, tu escreves com tanto sentimento que ate ficamos sensiveiscontinua assim demostra que tens um grande coraçao adorei que sejas feliz
r m
Unknown disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse…
É como tentar segurar um quilo de areia, com apenas uma mão. Seria como carregar água em um copo furado. Um punhado de areia se retém. Um gole d'água chega em algum lugar. A vida é assim mesmo. Não tem como garantir um final, não há certeza de muita coisa. as pessoas tentam, mas não dá pra controlar a vida. Tem que ser um passo de cada vez, senão a gente tropeça.
Que coração não fica triste de vez em quando? A alma chora, os olhos ficam inchados, feito noite mal dormida. Você precisa se olhar no espelho, encarar umas verdades, olhar a janela da alma, sem maquiagem alguma. E enfim aprender a dizer mais verdades, mais puras, sem pudores. Às vezes é preciso perder o ar para aprender a respirar. Então se sentir novamente. Renovado, atrasado, reformado, informado, incomodado, animado. E tentar. Falar, brincar, dançar, escutar, começar, incomodar, mostrar, amar. Amém às crises emocionais! Balde de água gelada na cara, sacudida na alma, lixeira cheia. Enfim, livre...

Beijinhos!
Anónimo disse…
Loira disse...
Tu devias era escrever um livro, esse teu estilo é incrivel, a maneira como escreves quase sufoca de emoção.


ah-haaa!! afinal n sou a unica a axar bem akilo d livro :P

bjs*** da neta
Mirth disse…
LOL estão doidas as 2 é o q é!! com a quantidade de textos q escrevo ia demorar 5 anos a fazer um livro lolol e depois só iam sair duas copiar, uma para a minha mãe, outra para a minha avó!! lol
Anónimo disse…
tive que me sentar pra ler isto.. é profundo e so tu o consegues entender na perfeiçao apesar de alguns de nós nos podermos identificar com o que escreveste.. excelentemente escrito.. :) beijinhos

Carina Oliveira, a "açoreana com a qual conversaste por intermedio do amigo balao".. lol jinhos fica bem
Anónimo disse…
E 1 cópia pra mim?? :P

ja k flei na ideia hehehehe
Anónimo disse…
bemm eu achei o texto em si mto giroO .. opaa tu ali expressas.te cmpletamente . dizes tudo o que sentes e e' isso que e' escrever . nao e' cm aqueles palhaços que parecem nem saber ler *

Gostei e sem palavras fiqei .. xD

BeijoO da tua amiguinha Anaa * ou cm o balloon dizz mozzarella :P
Anónimo disse…
Era só para dizer que quero requisitar um livro da sua...nem tenho palavras para a descrever.. obra!Quero o livro número 3, com dedicatória!
E que tal escrever um sobre o sentimento de se ser tio(a)?lol
Jinhocas em si

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