Sobre tudo.. Sobre nada..
Era a vil tempestade num vazio rasgado de ilusórias pinturas, ténues, abstractas, sem significado colirificavam vagamente aquelas paredes escuras, num silêncio, vago e intenso que acalmava os sentidos, perdidos do real, embutidos em cristal com pincéis coloridos.. Naveguei, confesso que naveguei, pintei o mar num outro azul e por ali fiquei, calmo, sereno, por vezes frágil, pequeno, outras apenas eu, sem medo, em vez de partir o muro aprendi a saltá-lo, em vez de navegar sem mastro entreguei-me ao mais puro astro que sempre me guia, num jeito de que só aparece de noite mas vejo-a tão bem de dia num gesto submerso que a minha saudade emergiu à rebelia.. Mergulhei nesta tela pintada suavemente a aguarela, pintada em palavras soltas, sem significado, frases ligadas guiadas pelo vento, pelo leme coordenado do momento, sem curvas ou desvios, já não há tempo.. estou apenas a embarcar para longe o que um dia foi lamento, modestas palavras que me caem sem magoar, entregues à brisa, ao ...